O PERIGO DO FUTURO É QUE OS HOMENS PODEM SE TRANSFORMAR EM ROBÔS | Erich Fromm (1900-1980)

O sociólogo e psicanalista alemão Erich Fromm afirmava que, durante a industrialização do século XIX, Deus foi declarado morto, a "desumanidade" significava crueldade e havia o risco inerente de que as pessoas se tornassem escravas.

Mas, no século XX, o problema mudou: alienadas do sendo do eu, as pessoas perderam a habilidade de amar a raciocinar por si mesmas. Na verdade, o "homem" morreu. A "desumanidade" passou a significar a falta de humanidade. As pessoas, dizia Fromm, corriam o risco de se tornar robôs.

Ele atribuiu esse senso de alienação ao surgimento das sociedades capitalistas ocidentais e acreditava que os fatores sociais, econômicos e políticos do Estado se unem para produzir um "caráter social" comum a todos os cidadãos. Na era industrial, conforme o capitalismo aumentava sua dominação global, os Estados encorajavam as pessoas a se tornarem competitivas, exploradas, autoritária, agressivas e individualistas. No século XX, em contraste, os indivíduos foram reposicionados pelos Estados capitalistas para se transformarem em consumidores cooperativos, com gastos padronizados, que podiam ser manipulados pela autoridade anônima da opinião pública e do mercado. A tecnologia assegurava que o trabalho se tornasse mais rotineiro e chato. Fromm advertia que, se as pessoas não "saíssem da rotina" em que se encontravam e reivindicassem sua humanidade, elas ficariam loucas tentando viver uma vida sem sentido, robótica.

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